Quando o Salgueiro transforma saudade em espetáculo vivo
A homenagem à Rosa Magalhães ganha corpo, emoção e grandeza na final que celebrou o legado da maior inventora de narrativas do carnaval
A noite na quadra do Salgueiro se abriu como um tapete de luz para receber a celebração de uma história que moldou gerações. Em cena, artistas assumiram personagens eternizados pela genialidade de Rosa Magalhães, recriando, em movimento e cor, o universo que a carnavalesca costurou com delicadeza, inteligência e ousadia. Cada passo parecia carregar um fragmento de memória, como se os desfiles que marcaram época voltassem a respirar ali, diante de uma plateia entregue ao encanto.
A apresentação tomou a quadra com intensidade crescente. Passistas, intérpretes e figuras emblemáticas da escola deram vida a um mosaico de sensações, unindo emoção profunda e força cênica. A comunidade respondeu como quem reencontra uma parte de si, cantando alto, vibrando forte, reconhecendo na homenagem não apenas o tributo a uma artista, mas a afirmação de um legado que atravessa décadas e continua a alimentar o imaginário do carnaval.
O anúncio do enredo para 2026 ampliou esse sentimento de reverência. Com uma proposta que mergulha no delírio criativo e no espírito inventivo de Rosa, o Salgueiro se prepara para levar à avenida uma celebração que promete unir beleza, fantasia e inteligência narrativa. Um gesto de continuidade, respeito e inspiração — exatamente como a obra da mestra sempre mereceu.

