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Quando o carinho vence a rivalidade: Viradouro transforma homenagem a Mestre Ciça em gesto inesquecível

A Cidade do Samba testemunhou uma cena que ultrapassou a lógica das arquibancadas: em plena celebração, Julinho Nascimento e Rute Alves apareceram vestindo a Cruz de Malta para homenagear Mestre Ciça. Rubro-negros assumidos, eles aceitaram o figurino sem hesitar, como quem entende que o samba tem leis próprias — e uma delas é honrar seus mestres enquanto eles estão aqui, vivos, respirando a festa que ajudaram a construir. O contraste entre a paixão clubística e o traje vascaíno arrancou sorrisos e surpresas, mas o que dominou o momento foi emoção pura.

A entrada do casal ecoou forte na quadra: passos seguros, elegância impecável, uma entrega que ultrapassava o simples ato de desfilar. Usar o uniforme do Vasco era, ali, mais que alegoria; era símbolo de respeito, de reconhecimento a um dos maiores nomes da história das baterias, um artista que moldou gerações. Quando Ciça viu a homenagem, a reação dele selou a noite — emoção à flor da pele, olhos marejados, a sensação de que sua trajetória estava sendo celebrada com verdade.

Entre ritmistas, componentes e público, a cena virou fala, virou riso, virou memória. E deixou claro que, quando o samba chama, as cores do futebol silenciam para que apenas uma bandeira permaneça: a da gratidão a quem sustenta a alma da festa.