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Paraíso do Tuiuti entrega minidesfile potente e acende esperança para o Carnaval 2026

Com força no samba, comissão de frente tribal e casal de mestre-sala e porta-bandeira seguro, Tuiuti mostra que tem queixos para mirar alto

A Tuiuti subiu à pista da Cidade do Samba como quem carrega fé, ancestralidade e suor nos pés — e transformou o concreto em altar de celebração, batida e resistência. A comissão de frente, comandada por David Lima, chegou com olhos vivos e corpo ritual: africanos, dançarinos de vermelho, bastões e movimentos precisos que evocaram o tronco ancestral, a dor, a força e o sangue da diáspora. A coreografia pulsou como coração antigo, lembrando raízes que não se apagam — e conquistou a pista desde o primeiro passo.

No chão da avenida, o casal de mestre-sala e porta-bandeira Vinícius Antunes e Rebeca Tito mostrou sintonia impressionante. A dança foi marcada por leveza, segurança e entrega. As figuras caminharam com confiança, mesclando o samba-do-pé com toques de fluidez que pareciam flutuar sobre o asfalto. Cada bandeirada, cada giro, cada passo — um sopro de identidade, história e arte.

O samba-enredo se fez presente no canto da comunidade e no compasso da bateria, ressoando firme e profundo. A leveza dos intérpretes, a vibração dos ritmistas e a reação imediata do público criaram um coro coletivo que encheu o espaço de alma. A escola não fez só um desfile: fez um chamado de ancestralidade, orgulho e pulsação.

Para quem acompanha o samba como pulsar de corpo e cultura, o que se viu ali não foi só um ensaio — foi promessa. A Tuiuti parece ter acendido o pavio da ambição, da memória e do sonho. Se tudo o que brilhou na Cidade do Samba for transportado para a Avenida, a escola poderá ser uma das surpresas mais fortes do Carnaval 2026.